Anja^Bandida

 
registro: 22/12/2008
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PRA VOCÊ!!!

Olhe ao seu lado; veja as pessoas a sua volta. Se estiver sozinho, apenas pense: quantas pessoas infelizes você conhece? Não consegue pensar em ninguém? Pois então vou refrescar sua memória para que você consiga identificar pelo menos alguns aspectos da infelicidade. Se dizem por aí que não podemos ser felizes porque a tal felicidade não seria deste mundo, o que há de gente que opta por ser definitivamente infeliz está lotando nossos arredores.

Uma das principais faces da infelicidade é a falsidade. Há pessoas que parecem  amigas, solidárias, batalhadoras, guerreiras. Suas atitudes e seu dia a dia quase nos provam que são pessoas que caminham com altivez, que acreditam em si mesmas e que ajudam outras pessoas a serem como elas. Engano. Atrás deste comportamento falso há pessoas invejosas. Fazem o que lhes compete com pressa e ansiedade, primeiro para mostrar que chegam na frente e, segundo, para sobrar tempo para estar ao lado do outro, não por companhia, mas para olhar o que está fazendo e se roer por dentro.

São pessoas infelizes as que exploram outras pessoas; não conseguem ser infelizes sozinhas. Por onde passam, por onde vivem ou convivem, deixam um rastro de incômodo às pessoas felizes. Precisam levar uma legião com elas. Fazem do ambiente de trabalho um local apertado, sufocante, de ar irrespirável. Têm atitudes claramente repreensíveis, mas riem dos colegas quando são surpreendidos em atos ilícitos, para eles, mais que legítimos. São infelizes as pessoas descrentes e muitas vezes, acabam doentes, sem saber que sua doença é pura infelicidade.

Pessoas infelizes podem trabalhar duro para crescer profissionalmente, ganhar dinheiro, viajar para o exterior, criar e educar os filhos. Podem ser empregados, donos de empresas, ter funcionários. Compram seus bens, fazem seus negócios e contatos com muitas pessoas. Podem até passar despercebidas no dia a dia corrido, mas com elas mesmas sempre há um problema, um vazio que não conseguem preencher, insegurança, tristeza, infelicidade.

São infelizes pessoas que querem mais e fazem pouco. Podem ser bonitas fisicamente, podem ser competentes, amadas, consideradas, respeitadas. Mas não alcançam sentimentos elevados, sentimentos reais, que valem realmente a pena. A amargura que cultivam internamente as cega e podem transformá-las em pessoas vis, venais, más, cruéis, e cada vez mais infelizes.

Não sei se sinto pena ou se acho graça de certas pessoas infelizes.

Pena pelo simples motivo de serem infelizes, por não verem que à frente do nariz e que fora de seus umbigos existe vida. Por não saberem que suas forças se esvaem, dia após dia, no afã de fazerem mal a si mesmas, alimentando o lobo feroz da inveja. É de dar dó o quanto estas pessoas precisam de ajuda, de psicólogo, de psiquiatra, de mãe, de amigo. É claramente visível até para os não íntimos que há um buraco dentro destas pessoas, que precisa ser preenchido pelo ser, porque o ter não basta. Dá pena mesmo, porque pessoas infelizes não são livres. Elas mesmas erguem as barras de ferro que as cercarão a vida inteira.

Também posso achar graça de algumas pessoas infelizes. Sim, porque se colocam em situações mesmo risíveis. Há pessoas que são tão infelizes, mas tão infelizes, que investem tempo precioso dos seus dias a criar formas de prejudicar os outros, ou a alguém em especial. Sentir inveja não basta. É preciso bolar planos de destruição contra aquele que o incomoda ou ameaça (mesmo que tal ameaça somente a pessoa infeliz sinta). E eu rio. Porque a pessoa infeliz que se presta a este papel, mais se parece vilão de folhetim, daqueles bem pobres de espírito, que passam todos os capítulos a projetar algum ardil contra seu desafeto e no final, morre, fica louco ou suicida. Mesmo quando se dá bem no fim da história, tem que ir embora pra muito longe, ser infeliz em outras bandas, para deixar em paz quem quer ser feliz por aqui.

Pessoas infelizes precisam da paciência e da compreensão alheia. Precisam, mesmo, de compaixão, de prece. Se possível, precisam ser esclarecidas sobre o angu de caroço que é ser infeliz por opção, sobre o sofrimento a que se submetem, enquanto o mundo busca a felicidade e elas se afundam na amargura. E se depois de tudo isso quiserem permanecer na escuridão deste buraco sem fundo que é ser infeliz, que sejam deixadas pra lá. Que Deus tenha piedade.